23 fevereiro, 2010

Madiba

"Eu sou o mestre do meu destino; Eu sou o capitão da minha alma."
Nelson Mandela, filme Invictus.
As pessoas não nascem cruéis, as pessoas se tornam cruéis.
Assim como o homem tem a sua liberdade em si tornar desumano, há a alternativa em ser humano.
Mandela provou isso, sendo mestre do seu destino, contornando sua realidade, transformando sua geração.
Lutou contra a massa, contra a prisão, contra a lógica, abriu horizontes, gerou amor, criou laços, mostrou para o cruel à alternativa da comunhão, do amor, de ser irmão.
Alterou seu futuro, não foi pré destinado, provou que o amanhã é incerto e depende de nós.

Uma maneira de fazer diferente


Não sou um defensor de telenovelas, muito menos um expectador assíduo. Mas não posso negar que aqui ou acolá dou uma olhadela. Vejo pelo lado positivo o fato desses programas transmitirem a realidade através da ficção, embora apresentem negativamente a banalização de muitos assuntos que intrigam como o caso do adultério, a vadiagem ou o homossexualismo.

É claro que não é algo que recomendo, tem tanta baboseira que prefiro indicar meus livros.

Entretanto em si tratando de lincar a realidade, quero mencionar por alto um programa destes que está no ar nas telinhas de todo o Brasil. A Rede Globo de televisão, aquela que os evangélicos dizem que é do diabo (apesar de acompanharem), tem feito uma belíssima abordagem as pessoas com deficiência física na sua programação.

Ao término de cada programação dessa, pessoas da vida real dão seu testemunho de luta e vitória na vida. Apesar de se apresentarem num tempo curtíssimo conseguem na maior parte das vezes comoverem com suas histórias de superação. São casos de insucessos, abusos e perdas.

Quero dar um destaque especial às pessoas com suas deficiências físicas que têm conseguido mostrar para o mundo seu valor na sociedade.

A velha imagem do “coitadinho” ou do “infelizmente não serve pra nada” tem perdido seu lugar com admiráveis casos de pessoas que têm demonstrado a capacidade de serem felizes na condição em que si encontram.

Durante meu curso superior fiz um projeto de Iniciação Científica apresentando a precária acessibilidade dos deficientes locomotores, cadeirantes, em meios de hospedagem (hotéis).
Sei que isso é um simples detalhe diante tantas barreiras encontradas, mas mostra as dificuldades que é encontrada numa sociedade que prefere desfazê-los a aceitá-los.

Enquanto a religião está preocupada em fazer milagres, levantar paralíticos, jogar as muletas fora, o “mundo” tem nos ensinado que a deficiência não significa o fim, mas sim uma maneira de fazer diferente.

Uso as palavras de uma mãe ao prestigiar o milagre da vida proporcionado ao seu filho acidentado: “Foi a oportunidade de participar desse mundo maravilhoso”.

Thiago Gonçalves ______

02 janeiro, 2010

O Sonho Avatar

Nessa madrugada assisti ao recém lançado AVATAR. Infelizmente no pequeno cine da minha cidade, sem me aprofundar em seus espetaculares efeitos 3D e com uma caixa de som mal funcionando (lamentável, mas o que tem).
Encantei-me com sua inovação cinematográfica e principalmente com seu enredo de conteúdo admirável. Não sei se é o fato de ser cristão pra eu sempre associar a um fundo de moral cristã. Logo após o filme ao conversar com um amigo evangélico comentei quão cristão era o filme, ele simplesmente indagou: “comeu merda? Não vi o mesmo filme que você”.

Segundo o sânscrito Avatar significa “aquele que descente de Deus”, ou simplesmente “encarnação”. Será que no cristianismo não temos algo em comum?
Achei esplêndida a forma com que o autor transmite uma verdade com outras palavras, de outra forma, sem os costumeiros jargões do tipo “precisamos mudar”.
A luta pela continuação da existência deveria ser de todos nós. O amor pelo nosso lar teria que partir de cada um, para que a culpa pelo extermínio não finde somente na mão das exceções.
O cuidado com o nosso meio é uma forte observação feita desde o principio (Gn 1:28).
E de forma poética essa extraordinária ficção conseguiu nos transmitir tamanha responsabilidade.

Ao procurar a crítica pela internet não poderia deixar de citar a abordagem de Paulo Brabo, em “Avatar Nenhum”, no seu site A Bacia das Almas:
“Apesar do apelo de aventura, apesar de ser a história de um mocinho que contorna perigos e subjuga espécies exóticas, Avatar se considera um filme muito sério, e seu grande conflito fundamental desenrola-se entre capitalistas e populações nativas. De um lado está um modo de vida predatório e desumanizante, de outro uma vida natural e sustentável; de um lado estão burocratas e corporações, de outro xamãs e pés descalços; de um lado exércitos, do outro crianças [...] uma metáfora apta para os conflitos ambientais da nossa própria terra e do nosso própria tempo”.


Que possamos viver essa ficção, de sintonia pelo que é nosso, de amor ao nosso meio. E não deixamos ser apenas um sonho, como AVATAR.


Thiago Gonçalves_____